Ela levantou para ter um dia normal. Trabalhou, estudou, voltou para casa e se aconchegou no sofá. A velha rotina. O bobo roteiro de sempre, sem muitas interferências e novidades.
Mas a mesmice daquele dia incomodou, a carência bateu, a loucura se alojou. E como quem tenta resolver buscando solução, ela se cobrou fechar os ciclos abertos e mal resolvidos. Estamos falando de homens!
Pegou a agenda e suas últimas possibilidades de romance. Eram poucos, mas bastou para questionar sua mania de não concluir e deixar sempre reticências. A velha mania de pensar, remoer, culpar e não fechar e finalizar nada. Qualquer mulher perceberia na hora: Perigo! Perigo! TPM a vista!
Mas ela não. Não pensou, não hesitou, não evitou. Passou a mão no celular e decidida discou.
Começou seus contatos como quem é descolada e despojada. Terminou seus contatos como quem implora por atenção.
Deu show! A sensação era essa: “Passou um terremoto aqui, me tirou o controle, e jogou tudo para o ar.”
Mas hoje ela vai dormir assim: com as roupas pelo chão, o armário revirado e os livros caídos da prateleira. Ela bagunçou a casa e não está com a mínima vontade de arrumar.